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Por Greyci Girardi, Redatora na Way2 | 4 setembro, 2019 | 0 Comentário(s)

A tecnologia sobre o valor da liquidação da energia da usina

Novidades tecnológicas ajudam as geradoras de energia a alcançar maior eficiência operacional e mais autonomia nos processos de gestão de perdas por rede compartilhada.

Exemplo de complexo de geração de energia solar, que pode usufruir da tecnologia para otimizar a gestão de perdas compartilhadas e liquidação de energia

Um dos entraves para que geradoras de energia possam ter um controle mais adequado sobre suas receitas e uma maior previsibilidade orçamentária é dependerem da apuração mensal das perdas por rede compartilhada, feita pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Neste cálculo, a CCEE define um rateio para as perdas apuradas em cada período de comercialização, dividindo esses valores entre os ativos modulados nas redes, de forma proporcional à geração de cada um. Muitas geradoras dependem dessa apuração para conhecerem sua geração real e as perdas internas que tiveram em cada período contabilizado.

Ao fazer o cálculo e identificar as perdas atribuídas a cada ativo, a CCEE leva em conta fatores como: os pontos de medição cadastrados, sua localização física, seu relacionamento com outros pontos de medição e a rede principal ou dependente em que estejam conectados. Os pontos de medição, por sua vez, são ordenados dentro de uma estrutura de níveis hierárquicos, sendo o primeiro nível aquele conectado diretamente à Rede Básica.

De forma simplificada, a perda de uma rede é definida pela diferença entre os fluxos líquidos de energia registrados entre um nível hierárquico e seu nível descendente. Normalmente, leva cerca de dois meses para que o cálculo da Câmara seja disponibilizado e só então as geradoras ficam cientes de suas perdas no período a que o cálculo se refere. Consequentemente, só então ficam cientes de sua real geração e do correspondente faturamento. Não há, portanto, visibilidade sobre o valor da liquidação da energia gerada em tempo hábil para que se tenha um maior controle sobre a receita mensal.

Essa limitação traz outros problemas. Além de afetar o acompanhamento do fluxo de caixa dos ativos, acarreta indicadores imprecisos para a tomada de decisão dos gestores e para a avaliação permanente do desempenho das geradoras. Outro prejuízo é a ausência de um monitoramento efetivo e rotineiro das perdas de energia. Com isso, deixa-se de adotar medidas que possam minimizar ou evitar novas perdas.

Visibilidade sobre a liquidação de energia: o mundo ideal

No cenário ideal, ativos de geração devem ter total controle sobre sua eficiência operacional, energética e contratual. Para tanto, precisam ter à disposição os dados necessários à estimativa de perdas e de receitas, de forma antecipada, sem depender da Câmara de Comercialização para o conhecimento dessas informações.

Esse cenário ideal é possível de ser alcançado, graças à tecnologia, que consegue, usando os dados do Sistema de Medição para Faturamento (SMF) de cada ativo, realizar um cálculo rateado e antecipar as informações que antes seriam conhecidas apenas com a divulgação dos relatórios de apuração da CCEE.

E a tecnologia faz isso seguindo o regramento estipulado pela própria Câmara, no seu caderno de Regras de Comercialização, e levando em consideração, portanto, todos os níveis do complexo de geração de energia, até a sua entrega na rede básica. As soluções da tecnologia possibilitam, com isso, que as geradoras façam de forma segura um acompanhamento diário da evolução da geração de energia a ser liquidada, até o fim do período de ajuste.

Ao adotar essas soluções, gestores conseguem antecipar o fluxo de caixa, ter maior visibilidade e controle sobre riscos contratuais, acompanhar de forma mais precisa a performance do ativo e monitorar as perdas, podendo estimar, de forma simplificada, tendências de aumento e redução na geração. Obtêm, com isso também, subsídios para o planejamento de manutenções preditivas nas linhas de transmissão.

É importante lembrar que monitorar as perdas de energia por meio de soluções tecnológicas traz uma outra vantagem significativa: deixar de lado as planilhas eletrônicas como ferramenta de gestão. É comum geradoras usarem planilhas no controle de perdas, mas essa rotina está sujeita a falhas, já que é realizada de forma manual e se baseia em estimativas, sem qualquer precisão. Além disso, planilhas eletrônicas ficam vulneráveis a versões divergentes e não facilitam a integração com outros sistemas e bancos de dados.

Cálculos precisos e autonomia na gestão de energia

Softwares disponíveis no mercado alcançam uma precisão de praticamente 100% nos cálculos antecipados de perdas de energia e de liquidação da geração. Junto a isso, trazem os benefícios de poderem se integrar a outros sistemas, aplicativos e bases de dados, garantir a unificação das informações e gerar relatórios e indicadores relevantes.

Ao trazer soluções que aumentam a visibilidade sobre a liquidação da energia gerada e que permitem monitorar perdas internas em todos os níveis do complexo de geração até a transmissão, a tecnologia, como dito, otimiza o acompanhamento do fluxo de caixa, subsidia o planejamento de manutenções que tragam melhor performance à transmissão e fornece dados importantes para a tomada de decisão dos gestores.

Os ativos passam a ter, assim, maior eficiência operacional e maior autonomia nos processos de gestão, o que naturalmente se traduzirá em melhores resultados.

gestão de energia

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