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Por Pedro Thomaz, Product Owner na Way2 | 26 março, 2021 | 0 Comentário(s)

Como fazer gestão de energia para consumidores livres

O número de consumidores livres está em acelerado crescimento, principalmente, com a possível abertura total do ambiente de contratação livre. Em virtude disso, se faz necessária uma gestão cada vez mais eficaz dos dados de compra e venda de energia.

tecnologia para gestão de energia no mercado livre

Não é novidade que o setor elétrico está passando por transformações. E, uma delas, é a contínua transição rumo a total abertura do mercado de energia para o ambiente livre. Cerca de 75% das unidades industriais já compõem este grupo cada vez menos seleto de consumidores que negociam livremente sua energia. 

Segundo dados da Associação Brasileira de Comercialização de Energia (ABRACEEL), este tipo de comercialização já acumulou ganhos de aproximadamente R$230 bilhões a estes agentes. E muitos consumidores livres ainda buscam a melhor forma de realizar com inteligência a gestão da sua energia neste ambiente.

Evolução do Ambiente de Contratação Livre

Em 2020, observou-se um acréscimo de 10,2% no número de consumidores livres, com destaque para o grande aumento de 23,8% no número de consumidores especiais. Ainda que os consumidores cativos representem a maior parcela do consumo de energia do país, observou-se um acelerado crescimento dos consumidores livres ao longo dos últimos anos.

Evolução do número de consumidores livres de 2012 a 2020. Dados disponíveis no site da EPE.

Ao longo das duas últimas décadas que seguiram a lei 10.848/04 que institucionalizou a comercialização de energia, foi possível notar um maior aprimoramento das leis e regulações aplicadas ao setor elétrico brasileiro. Sempre caminhando no sentido de flexibilizar cada vez mais a entrada de novos agentes no ambiente de contratação livre, de maneira gradual e moderada. A fim de manter a segurança do sistema e evitar problemas como os recém vividos como o racionamento de 2001.

Gerenciamento de energia para o consumidor livre

Diante deste novo cenário, as empresas buscam adotar estratégias cada vez mais inteligentes de gestão de energia. Devido ao surgimento de riscos associados à migração, como exposição ao mercado de curto prazo e a possíveis penalidades, os agentes começam tanto a terceirizar a gestão para comercializadoras, como a iniciar um movimento a fim de internalizar a operação. Em ambas as opções, elas passam a participar desde o processo de migração da unidade para o ambiente livre, até a adoção de estratégias de contratação mais adequadas às diretrizes e objetivos da empresa.

Da migração para o Ambiente de Contratação Livre (ACL)

Ao migrar para o mercado livre, o consumidor passa a ter inúmeras opções de compra de energia. Cujas condições são negociadas livremente entre as partes, através de celebrações de contratos bilaterais. Fatores como prazo, montante, preço, limites de sazonalização, flexibilização e modulação passam a ser fundamentais para a gestão de compra de energia.

A partir do início da migração, o consumidor deve, primeiramente, assinar um contrato de compra perante a sua comercializadora. Definindo um aporte mensal de referência que será negociado em R$/MWh, com opções de ajustes de preços e quantidades ao longo do período de contratação.

Estratégias para a gestão da energia comprada

Considerando os limites de sazonalização negociados, caberá ao gestor distribuir a energia entre os meses do ano. Dessa forma, a sazonalidade pode permitir ao consumidor alocar uma quantidade maior de energia para compor seus recursos nos meses de maior consumo, evitando sua exposição.

Outra estratégia seria aportar menos energia nos meses em que a carga do sistema. E ,consequentemente, o preço médio do PLD são mais baixos, apostando na aquisição da energia faltante a valores abaixo dos negociados no contrato.

Nesse contexto, a flexibilização consiste em um limite (para mais ou menos) de alocação de requisito em relação ao montante de referência acordado entre as partes. Desde que o consumo permaneça dentro desse limite, o suprimento de energia é garantido ao preço previamente acordado em contrato. Protegendo os agentes de possíveis exposições. 

Já a modulação é a forma com que o montante de energia é distribuído entre as horas do dia. Esta caraterística ganhou muito destaque após a implementação do PLD horário. Em que a oscilação do preço de liquidação das diferenças entre as horas do mês, aliadas à definição da distribuição dos recursos, pode representar um diferencial competitivo.

Exposição ao Mercado de Curto Prazo

Ao final de cada mês é realizada a contabilização de todos os recursos e requisitos de cada agente do setor, que no caso dos consumidores são representados, respectivamente, pelo total de energia adquirida via contratos de compra e do seu consumo acrescido de perdas.

Na falta de recursos, caberá ao consumidor garantir a compra da energia faltante em até 6 dias úteis. Ou seja, o prazo para realizar todas as contas e realizar o aporte é bem curto, exigindo um bom planejamento e gestão do consumidor. Dessa forma, quantidade de recursos e requisitos devem ser iguais quando a Câmara de Comercialização de Energia realizar a liquidação. A inadimplência pode acarretar em multas, penalidades ou até pedido de desligamento por parte da CCEE.

Tecnologia para Mercado Livre de Energia

Apesar do consumidor livre já possuir acesso aos dados de medição através do portal da CCEE (via SCDE), a limitação na quantidade de informações, assim como a alta cadência da disponibilidade dessas, podem vir a prejudicar o consumidor que precisa de uma maior riqueza de dados.

Esse fato, aliado à entrada do PLD horário, que tende a aumentar os riscos provenientes de exposições no mercado de curto prazo, faz com que o monitoramento de energia em tempo real seja fundamental para acompanhar de perto suas operações a fim de garantir que a estratégia adotada seja a melhor e mais eficiente de acordo com os objetivos da empresa.

Para realizar esse monitoramento, os consumidores livres podem contar com tecnologia para gerenciamento inteligente de energia, como a PowerHub da Way2, que incorpora recursos que podem orientar os agentes para alcançar uma gestão cada vez mais independente e eficaz.

powerhub

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