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Por Nathália Viegas, Analista de Marketing | 28 fevereiro, 2023 | 0 Comentário(s)

Mercado de energia: o que esperar para os próximos anos

Nos últimos anos percebemos o avanço de algumas frentes e tendências no mercado de energia que prometem ainda mais protagonismo a partir de 2023. Como o crescimento da geração por fontes renováveis, incentivando a transição energética, a digitalização do setor a partir do avanço de tecnologias inteligentes direcionadas ao mercado energético, e abertura do mercado livre de energia, proporcionando mais liberdade aos consumidores

tendências mercado de energia

Em meio às discussões de transição energética e novas tecnologias para apoiar o setor elétrico no Brasil, percebe-se o fortalecimento de algumas tendências que já são realidades no país, mas que deverão ficar ainda mais fortes nos próximos anos. Uma delas é o crescimento da geração de energia renovável, que já apresentou números relevantes em 2022.  

Em levantamento feito pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e divulgado agora em 2023, é possível observar que o Brasil bateu recorde na geração por fontes renováveis. O país superou 92% de energia renovável no total gerado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), com a contribuição das usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa. Os dados representam o maior percentual dos últimos 10 anos, segundo a pesquisa.  

No entanto, outras frentes também vêm se destacando e prometem muito protagonismo nos próximos anos, como a abertura do mercado livre de energia – que será estendido todos os consumidores de alta tensão a partir de 2024, e a digitalização do setor elétrico, incentivada pelo movimento Open Energy

Crescimento da energia renovável 

Impulsionada principalmente pelas fontes eólicas e solares, a demanda de energia renovável tende a apresentar um aumento significativo nos próximos anos. Esse crescimento virá apoiado por políticas governamentais e por acordos internacionais que visam a descarbonização, tornando o mundo mais sustentável.  

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), será possível observar esse crescimento ainda em 2023. Espera-se uma expansão na geração de 10,3 GW de capacidade instalada, sendo que as usinas solares centralizadas e eólicas serão responsáveis por 90% dessa expansão.  

Usinas eólicas onshore e offshore  

Hoje o Brasil já soma mais de 25 gigawatts (GW) de capacidade instalada na geração eólica, vistas como uma das fontes renováveis mais importantes para acelerar a transição energética no país. Em 2022 a energia eólica cresceu 12,6%, chegando a fornecer mais 9 mil megawatts médios à rede elétrica.  Quando falamos de eólicas offshore, os números são ainda mais positivos, uma vez que o Brasil apresenta um potencial técnico para gerar 700 GW de energia.  

Esta tecnologia tem se apresentado como uma das mais promissoras na indústria eólica, porque a utilização das turbinas eólicas em águas mais profundas acaba proporcionando melhor aproveitamento das rajadas de vento, além de aproximar a produção de energia dos centros que vão consumi-la. No Brasil, já existem 66 projetos que solicitam permissão para explorar energia no modelo offshore, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O que representa um potencial de geração de 169 GW de energia. 

Geração de energia solar  

Somando-se à eólica, a geração solar fotovoltaica também tem mostrado grande potencial de crescimento e até registrou recorde histórico no início do ano. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (SIN), em 9 de fevereiro a geração instantânea atingiu a marca de 6.044 MW, representando 7,8% da demanda do SIN.  

Hoje, a fonte solar centralizada está no quarto lugar no ranking de capacidade instalada no Brasil, mas quando somada à geração distribuída (17,2 GW), a geração por fontes solares acaba subindo para a segunda posição, ficando atrás apenas das usinas hidrelétricas.  

Abertura do mercado livre de energia 

Com a abertura do mercado livre de energia a todos os consumidores de alta tensão a partir de 2024, estima-se que aproximadamente 106 mil novas unidades consumidoras estarão aptas a migrar para o ACL. A expansão desta abertura, que hoje é usufruída por mais de 10 mil agentes no país, proporcionará vários benefícios para consumidores, geradores e comercializadores de energia. 

Poder de escolha do consumidor 

A abertura do mercado livre é uma oportunidade valiosa para os consumidores de energia, que têm mais poder de escolha nesta modalidade, já que podem negociar contratos de fornecimento de energia com as comercializadoras ou geradoras de energia e por valores mais baixos do que o praticado no mercado cativo. 

Previsibilidade orçamentária  

Como o fornecimento de energia no mercado livre é feito por contrato, os consumidores acabam tendo mais previsibilidade nos gastos mensais e anuais com este insumo. Para isso, estudos com estimativas de consumo são feitas com antecedência par indicar a quantidade de energia que precisará ser contratada e protegendo o consumidor de variações nos valores dos contratos.  

Incentivo a geração por fontes renováveis 

Os consumidores livres estão cada vez mais atentos às práticas ESG e, por isso, mais interessados na contratação de energia “limpa” no mercado livre de energia por valores mais competitivos. O que se torna muito positivo para as geradoras de energia proveniente de fontes renováveis.  

Digitalização do setor elétrico 

Umas das tendências que ficará ainda mais forte nos próximos anos será a digitalização do setor elétrico, que poderá proporcionar mais eficiência e redução de custos para todo o segmento energético. Esse movimento vem amparado por novas tecnologias, como a inteligência artificial, por exemplo, e pelo movimento Open Energy – conceito que possibilita que um determinado conjunto de dados seja acessado em conformidade com o que melhor convier ao seu detentor. 

A transformação digital do setor elétrico é impulsionada, principalmente, pela necessidade de fazer com a rede elétrica seja mais eficiente, renovável e tecnológica, ofertando melhores serviços e experiências ao consumidor. Dentre as tecnologias digitais que podem ser utilizadas neste contexto, podemos destacar: 

  • Internet das coisas (IoT): a IoT poderá auxiliar com medidores inteligentes e opções de conectividade mais baratas, proporcionando o monitoramento e gerenciamento mais eficaz da energia e também o acesso abundante à informação.  
  • Análise de dados: neste caso, a coleta e análise de grandes quantidades de dados é algo essencial para prever problemas na rede elétrica e também para solucioná-los.
  • Inteligência artificial (IA): a IA recentemente ganhou destaque por oferecer ferramentas diversas que facilitam tarefas triviais do dia a dia. E, no contexto do setor elétrico, ela é essencial pode ser usada para prever a demanda de energia e comportamentos atípicos nas operações energéticas, além de otimizar a operação da rede elétrica e detectar falhas em tempo real. 

Apesar de já existirem soluções que se utilizam das tecnologias citadas anteriormente, a tendência é que os softwares passem por constantes aprimoramentos nos próximos anos, tornando-se cada vez mais assertivos e indispensáveis. Além disso, a digitalização do setor elétrico envolve a utilização de soluções mais automatizadas, bem como o aproveitamento de tecnologias como os sistemas de armazenamento de energia

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