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Por Nathália Viegas, Analista de Marketing e Conteúdo | 31 janeiro, 2024 | 0 Comentário(s)

Como o Brasil está olhando para a transição energética? 

A transição energética aparece como uma solução para os desafios ambientais e o Brasil têm a oportunidade de liderar este movimento, somando uma matriz energética diversificada à avanços tecnológicos e investimentos em fontes renováveis.

transição energética no Brasil

Muito discutida nestes últimos anos, a transição energética tem sido um assunto urgente e presente no setor elétrico. Vários países têm apostado nela como a saída mais viável para enfrentar os desafios ambientais e impulsionar a sustentabilidade. Em um cenário atual de busca pela promoção de fontes mais limpas, a transição energética tornou-se a chave para moldar o futuro do fornecimento de energia. Neste contexto, o Brasil, com sua uma matriz diversificada, desempenha um papel crucial nesse movimento transformador.  

Como uma potência econômica e energética, o país possui uma responsabilidade única na definição do curso da transição. Com sua abundância de recursos renováveis, como a energia solar e eólica, tem o potencial de se reforçar como protagonista deste processo. O papel de destaque, inclusive, foi reivindicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante o Fórum Econômico Mundial ocorrido em Davos, na Suíça. Segundo ele, o Brasil já está liderando a transição energética global. O evento aconteceu em meados de janeiro de 2024 e reuniu mais de 40 países. 

No entanto, para que este caminho continue a ser trilhado, o país precisa rever políticas, pensar em inovações tecnológicas. E iniciativas que suportem o futuro do setor de geração de energia no país. Mais do que acompanhar os movimentos que permeiam esse assunto, é preciso identificar oportunidades para que os geradores de energia se beneficiem de toda essa transformação.  

Panorama atual da transição energética no Brasil 

Com um crescimento constante ao longo dos anos, as fontes renováveis, como solar, eólica e biomassa, estão conquistando uma fatia significativa do mercado brasileiro. Essa ascensão reflete não apenas a resposta às demandas globais por energia mais limpa, mas também o potencial expressivo do Brasil na liderança da transição energética para um futuro mais sustentável.  

O país tem demonstrado comprometimento por meio de políticas que incentivam a diversificação da matriz energética, fomentando o desenvolvimento de fontes mais limpas e renováveis. Além de incentivos fiscais, leilões de energia e metas ambiciosas que buscam posicionar o país na vanguarda da transição energética global.  

Investimentos e iniciativas 

Para fortalecer as políticas nessa área, o Ministério de Minas e Energia (MME) afirma que houve um notável aumento nos financiamentos destinados a projetos de energia limpa e renovável no último ano. Conforme revelado por um levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os investimentos em energia limpa cresceram 62% em relação a 2022, totalizando um aporte de R$ 19,6 bilhões. 

O BNDES aprovou, ao todo, 51 operações voltadas para a transição energética e mudança climática, representando um terço dos investimentos realizados pela instituição ao longo de 2023. Olhando para o setor de transmissão de energia, os dois leilões realizados em 2023 resultaram na contratação da construção de 10.655 quilômetros de linhas, totalizando investimentos de R$ 37,4 bilhões. Este é um ponto muito importante. E que exige atenção, afinal de contas as linhas de transmissão serão responsáveis por conectar toda essa energia limpa gerada no país. 

Nova Indústria Brasil 

Uma nova política industrial lançada no fim de janeiro de 2024, o programa Nova Indústria Brasil, também pretende englobar a transição energética. Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do país até 2033, o programa estabelece metas para cinco missões da chamada neoindustrialização, que foram definidas em colaboração com a iniciativa privada. Uma dessas missões foca em bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas, com ênfase na equipamentos para geração de energia renovável.  

Além da expansão em 50% da participação dos biocombustíveis na matriz de transportes e a redução em 30% das emissões de carbono pela indústria. Essa iniciativa promete liberar R$300 bilhões para financiamento de projetos nos próximos três anos. O que representa um compromisso significativo com o avanço de setores estratégicos e o fortalecimento da economia brasileira. 

Desafios e oportunidades para uma transição energética segura e acessível 

A transição energética no Brasil, embora muito desejada e promissora, não está isenta de desafios significativos. E, a identificação deles, é crucial para uma abordagem estratégica e eficaz durante o período de transformação. Entre os principais, estão a necessidade de modernizar a infraestrutura existente, lidar com a intermitência inerente às fontes renováveis. E garantir a integração das novas tecnologias à rede elétrica nacional.  

Superar esses desafios exige não apenas inovação tecnológica, mas também políticas públicas, investimentos e colaboração entre o governo e as empresas do setor. Mas, por outro lado, há também muitas oportunidades que podem ser observadas neste processo: 

  • Expansão do mercado de energia renovável: com o aumento da conscientização ambiental e os esforços para reduzir as emissões de carbono, a demanda por energia renovável está em ascensão. Os geradores de energia podem capitalizar essa tendência expandindo suas operações;  
  • Inovação tecnológica: a transição energética demanda avanços tecnológicos para otimizar a eficiência, armazenamento e distribuição de energia. Portanto, existe a oportunidade de liderar inovações nesse campo, desenvolvendo soluções mais eficientes e sustentáveis; 
  • Armazenamento de energia: com a intermitência inerente às fontes renováveis, o armazenamento de energia torna-se crucial. Empresas que investem em tecnologias avançadas de armazenamento podem desempenhar um papel fundamental na estabilização da rede elétrica;  
  • Internacionalização do negócio: com a crescente demanda global por energia limpa, os geradores têm a oportunidade de expandir seus negócios internacionalmente. 

Perspectivas futuras para a transição energética no Brasil 

Durante o Fórum Econômico Mundial, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também enfatizou que a sustentabilidade é crucial, afirmando que “fora da sustentabilidade não há salvação para a economia”. Ele destacou a importância de uma discussão transparente, especialmente com os países industrializados, para valorizar a transição energética. Silveira apontou o Brasil como exemplo na formulação e execução de políticas públicas visando o desenvolvimento econômico, benefícios sociais e preservação ambiental. 

Com políticas governamentais robustas incentivando a transição e um ambiente propício para investimentos, as energias solar e eólica – que já têm papel de destaque na matriz brasileira, tem um potencial para assumir papeis ainda mais importantes na geração de energia. Hoje, a fonte solar fotovoltaica já é a segunda maior fonte de geração do país, ficando atrás apenas da geração hidrelétrica. E, existe um potencial gigantesco para desenvolvimento das eólicas offshore no Brasil. Essas fontes apresentam um potencial técnico estimado de geração de 700 GW (equivalente a 50 hidrelétricas de Itaipu), segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 

Novas tecnologias, impulsionadas pela digitalização do setor e pela inteligência artificial, também podem se somar a este cenário para desempenhar um papel fundamental na gestão eficiente das usinas de geração de energia renovável. E, à medida que novas soluções tecnológicas se integram ao cenário energético, espera-se que políticas governamentais continuem desempenhando um papel crucial na criação de um ambiente propício para o avanço da transição energética.  

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