Felipe Perin, Autor em Way2 - Página 3 de 5
O que é PLD e como ele está funcionando durante a pandemia?
PLD energia

Com os reflexos da pandemia da COVID-19 no Brasil, o PLD energia sofreu impacto. Um estudo da consultoria Thymos Energia prevê que consumo de energia pode recuar de 1,6% a 14% em 2020, após anos de alta. Acompanhando essa desaceleração do consumo, o Preço da Liquidação das Diferenças também tende a cair.

Apesar de positivo para o consumidor, o preço da energia abaixo do que geralmente é comercializado influenciará o fluxo de caixa das distribuidoras. A redução de demanda por eletricidade poderá acarretar em uma sobra maior nos contratos. E a energia excedente será negociada no mercado de curto prazo por valores provavelmente menores do que aqueles pagos pelas concessionárias.

Os desdobramentos negativos da crise no mercado de energia devem permanecer ainda por alguns anos. Portanto, para conseguir se adequar ao cenário atual mantendo a competitividade do negócio, é preciso estar atento ao Preço da Liquidação das Diferenças (PLD). Isso é necessário para manter a operação de geração de energia econômica e sustentável. Acompanhar o PLD energia e entender seu funcionamento é essencial para negociar compra e venda de energia a preços mais competitivos no Mercado Livre de Energia. Entenda o que é PLD e como está funcionando durante a pandemia.

Como é definido o PLD energia?

A CCEE determina os débitos e créditos com base nas diferenças apuradas. Para valorar tais diferenças, a instituição calcula o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). O PLD energia é calculado com base no Custo Marginal de Operação (CMO), determinado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).

Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou a metodologia de definição dos limites máximo e mínimo do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Com a nova regra, a partir de 1º de janeiro de 2020, o PLD mínimo passa a ser o maior valor entre o custo de produção da Usina Hidrelétrica Itaipu (TEO Itaipu). Incluindo os Royalties e a Tarifa de Energia de Otimização (TEO), que representa o custo de produção das demais usinas hidrelétricas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Além da compensação pelo uso dos recursos hídricos.

Já para o PLD máximo foram aprovados dois limites: o PLD máximo estrutural, que tem início de vigência a partir de janeiro de 2020; e o PLD máximo horário, com vigência a partir de janeiro de 2021.

Como o PLD energia é calculado?

Como o sistema elétrico brasileiro é interligado e dividido em quatro submercados (Norte, Nordeste, Sul e Sudeste/Centro-Oeste), o PLD é calculado em cada submercado e valora as operações de compra e venda de energia realizadas no mercado de curto prazo, em que são contabilizadas as diferenças entre a energia contratada e os montantes realmente gerados ou consumidos. Atualmente, o PLD energia é publicado semanalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), considerando três patamares – leve, médio e pesado, em cada submercado do sistema elétrico brasileiro.

O cálculo para definição do PLD energia é feito por meio da utilização dos modelos computacionais DECOMP (curto prazo) e NEWAVE (longo prazo), que considera algumas variáveis. Entre elas estão: estado atual dos reservatórios, consumo previsto, armazenamento, afluência de chuvas nas áreas de reservatório de hidrelétricas, carga do sistema e disponibilidade de transmissão e geração. Ao final de cada mês, realiza-se uma média ponderada, conhecida como PLD Mensal.

As contratações no Mercado de Curto Prazo se baseiam no PLD Mensal, podendo ter um ágio ou deságio por parte dos vendedores. O que vai depender do tipo de energia contratada, se convencional ou incentivada. Em 2021, o PLD será calculado em base horária, com publicação diária. Com a mudança, o PLD horário será calculado pela CCEE com base nos custos marginais da nova operação diária realizada pelo ONS.

PLD horário, mensal e semanal

PLD Horário

Com o PLD Horário, a energia no Mercado de Curto Prazo deixa de ser calculada em frequência semanal e em patamares (pesada, média e leve) e passa a ser precificada diariamente e em base horária.

Isso acarretará em diversos benefícios tanto para geradores como também para grandes consumidores, como por exemplo: distribuição mais justa dos custos, redução do Encargo de Serviço do Sistema (ESS) e novas oportunidades de negócio com geração distribuída, programas de armazenamento de energia, como bancos de bateria e carros elétricos, entre outras possibilidades.

Para avaliar a aplicabilidade desse novo cálculo do PLD, desde dezembro de 2018, o “Preço Sombra” tem sido aplicado em paralelo ao PLD semanal. Dessa forma, os agentes podem avaliar os impactos da mudança sobre os seus negócios e analisar como será a adaptação dos agentes de mercado e das instituições.

PLD Semanal

O PLD semanal é o valor determinado semanalmente para cada patamar de carga com base no Custo Marginal de Operação, limitado por um preço máximo e mínimo vigentes para cada período de apuração e para cada submercado.

Os intervalos de duração de cada patamar são determinados para cada mês de apuração pelo ONS e informados à CCEE, para que sejam considerados no CliqCCEE.

PLD Mensal

O PLD Mensal é o preço base para a compra de energia não contratada previamente e é utilizado para cálculo das liquidações financeiras da CCEE.

O PLD energia é calculado em base ex-ante (considerando informações previstas de disponibilidade e carga) para as semanas que se iniciam aos sábados e terminam na sexta – feira, podendo conter dias de dois meses adjacentes. Os preços servirão para a liquidação de toda a energia não contratada entre os agentes.

É evidente que o setor elétrico está passando por transformações profundas que exigem sua modernização. A COVID-19 acelerou as mudanças que já estavam em andamento ao ocasionar cortes no consumo industrial e comercial. Além do aumento no consumo residencial, em razão de as pessoas estarem em isolamento social nas suas residências.

Por conta disso, tanto para os grandes consumidores quanto para geradores de energia, contar com a tecnologia para auxiliar tomada de decisão na gestão de energia é essencial para as empresas se adequarem ao cenário atual. E também para aproveitarem as oportunidades do preço horário para comercialização de energia, que pode ser comercializada a preços mais competitivos. Além do alcance da eficiência energética para manter a operação sustentável do negócio.

Mercado Livre de energia

Como a tecnologia pode ajudar na gestão de energia do agronegócio?
gestão de energia no agronegócio

No agronegócio, os custos com energia elétrica são expressivos e estão entre os principais itens que pesam na operação no campo. Por conta disso, a tecnologia deve ser considerada uma aliada — tanto para alcançar eficiência energética no setor, como também gerar economia de energia.

Além de adotar a tecnologia no agronegócio, há outras alternativas que podem ser consideradas para tornar a produção mais eficiente e menos onerosa ao setor, como por exemplo: implementar boas práticas de gestão energética, investir em fontes de energias renováveis e limpas e promover a gestão de energia contínua. Todas essas iniciativas implementadas de maneira conjunta, impactam positivamente o setor do agronegócio.

Outro fator que pode beneficiar o setor do agronegócio, é a legislação energética vigente no Brasil que propõe alternativas viáveis para aumentar a competitividade neste segmento. A Resolução Normativa nº 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), favorece empreendimentos que utilizem matéria-prima a partir da agricultura, pecuária, pesca ou da extração de sal e calcário, podendo serem enquadrados na sazonalidade da demanda junto à Distribuidora de energia. Além disso, é necessária a análise dos 12 últimos meses de faturamento de energia, comparando a soma dos quatro menores e a soma dos quatro maiores consumos de energia do período. Nos casos onde esta relação for igual ou menor a 20%, a unidade consumidora poderá dar sequência na sazonalidade. Essa avaliação é realizada anualmente para verificar se o perfil de consumo da unidade ainda se enquadra nos limites para a sazonalidade.

Reavaliar as práticas adotadas pelo setor é o primeiro passo para diminuir os impactos ambientais do agronegócio e promover a preservação do meio ambiente. Confira os benefícios de adotar a tecnologia na agricultura, garantindo maior eficiência operacional e energética para tornar o processo de produção mais sustentável.

Vantagens em adotar a tecnologia no agronegócio

Reunimos as principais vantagens em adotar a tecnologia na agricultura e soluções indicadas para aderir a tendência da agricultura 4.0.

Adote um sistema de gestão de energia

Realizar a gestão de energia na empresa é uma forma eficiente de reduzir e controlar os custos com energia elétrica, aumentando a competitividade do negócio e sua sustentabilidade no mercado, independente do seu segmento de atuação.

Assim como em outros segmentos de mercado, adotar um sistema de gestão de energia é altamente benéfico para o agronegócio. Isso porque, a gestão de energia por meio de uma solução tecnológica permite que o consumo de energia seja monitorado de forma ininterrupta, automatizada e em tempo real, sem depender do acompanhamento ou da intervenção de profissionais.

Com acesso à dados e informações precisas, gestores passam a obter subsídios para determinar potenciais de economia e promover o efetivo controle dos gastos com energia elétrica por meio do uso da tecnologia no agronegócio. 

Promova a gestão de demanda contratada

O uso de um software de gerenciamento de energia para a gestão de demanda é importante para que gestores possam fazer um diagnóstico da sua operação. Com isso, passa a ser possível analisar o perfil de consumo do negócio para avaliar se o modelo de contrato de energia vigente está compatível com a demanda necessária para manter a operação do negócio, bem como se a modalidade tarifária que a empresa está enquadrada é de fato a mais adequada, entre outras informações relevantes para a tomada de decisões estratégicas.

Automatizar a gestão de demanda contratada por meio da tecnologia, possibilita maior controle do consumo de energia, tornando o negócio mais competitivo ao adaptar a gestão de demanda, levando em consideração as características desse segmento de mercado, como a sazonalidade, por exemplo.

Essa iniciativa garante que a demanda contratada não esteja acima ou abaixo do necessário, evitando penalidades por ultrapassagem de demanda ou por excedente de reativos que podem impactar de forma expressiva os custos com energia elétrica.

Modernização de equipamentos para alcance da eficiência energética

Uma alternativa para melhorar a capacidade energética é investir na modernização de equipamentos. Apesar dessa solução representar um alto custo para o setor do agronegócio, a longo prazo, a iniciativa pode gerar economias significativas para os negócios deste segmento.

Isso de deve ao fato de equipamentos com tecnologia mais eficiente terem a capacidade de entregar a mesma produtividade, consumindo menos energia.  

Além de investir na modernização de equipamentos, é recomendado implementar boas práticas de gestão para alcançar maior eficiência energética e operacional da agricultura. Uma solução viável é promover a medição setorial para conseguir realizar o mapeamento, por meio da tecnologia, do perfil detalhado de consumo das maiores cargas da unidade, de forma a detectar quanto cada setor impacta no custo energético da empresa como um todo.

Investir em fontes de energia renováveis e limpas

Ainda hoje, o setor do agronegócio opera fazendo uso de combustíveis fósseis. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, o óleo diesel, combustível fóssil responsável por emissão de particulados e gases de efeito estufa (GEE), foi o energético mais consumido pelo setor agropecuário em 2017. 

Para alcançar eficiência energética e tornar a produção sustentável, é de fundamental importância estudar outras fontes de energia viáveis, renováveis e limpas, tais como a energia solar fotovoltaica ou o biogás obtido na decomposição de matéria orgânica. Esse tipo de tecnologia permite que o setor passe a gerar energia a partir de fontes renováveis, aumentando a produtividade ao mesmo tempo que reduz o impacto ambiental de suas operações.

Empresas do setor que inovam a geração de energia a partir do reaproveitamento de sobras dos produtos e operam no mercado livre se tornam mais competitivas. No entanto, boa parte dos resíduos agropecuários ainda não são plenamente aproveitados, o que acarreta desperdício considerável em termos energéticos. Além da energia solar e por biomassa, há ainda a opção de energia hídrica e biomassa no processo de cogeração de energia limpa no agronegócio. Confira como obter eficiência operacional na geração da energia por biomassa.

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O que é Fator de Potência?
o que é fator de potência

Quanto mais próximo de 1 for o índice do cálculo de fator de potência, menos energia reativa estará sendo consumida ou gerada pela unidade consumidora. Este dado é de extrema importância, uma vez que a Resolução Normativa Nº 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) prevê multa, caso os consumidores apresentem um fator de potência abaixo de 0,92.

Apesar de necessária para o funcionamento de equipamentos destinados a grandes consumidores, a energia reativa deve ser monitorada em tempo real para controle efetivo. Afinal, o excesso de energia reativa está diretamente associado a perdas por aquecimento e quedas de tensão.

Entender o que é fator de potência e energia reativa é de imprescindível para evitar cobranças adicionais na fatura de energia. A longo prazo, essa cobrança pode impactar de maneira significativa a saúde financeira do negócio.

Como identificar o uso de energia reativa excedente através do fator de potência?

Para identificar se sua empresa está fazendo o uso de energia reativa excedente, é necessário calcular o fator de potência e realizar uma análise detalhada da fatura de energia. Isso porque, a cobrança sobre a energia reativa excedente aparece na fatura de energia elétrica. E, geralmente, estão sinalizadas como excedente de consumo reativo ou pelas siglas como EREX e FER. As causas mais comuns para que a distribuidora efetue a cobrança do excedente são:

Soluções indicadas para corrigir o fator de potência

Se constatado uso de energia reativa excedente, a empresa é multada pela distribuidora e tem um prazo de até 90 dias para reclamar da classificação efetuada. A distribuidora, por sua vez, deve proceder à compensação do faturamento de consumo de energia elétrica e de demanda de potência ativa e reativa excedentes após devida correção do consumo excedente. Portanto, é indispensável saber como corrigir o fator de potência.

Para identificar se está fazendo uso excessivo de energia reativa e fazer a correção necessária, é preciso adotar soluções e tecnologias que façam a correção de forma automatizada. Veja como o Posto Leival, da Rede VB, identificou problemas no seu fator de potência analisando perfil de carga.

Conheça as soluções indicadas para corrigir o uso excessivo de energia reativa e evitar cobranças adicionais na fatura de energia elétrica da sua empresa.

Instalação de banco de capacitores

Instalar banco de capacitores junto aos equipamentos ou próximos aos locais onde há o consumo da energia reativa é a solução mais indicada de como corrigir o fator de potência para compensar o consumo de energia de acordo com o perfil de carga e padrão de consumo.

A instalação de bancos de capacitores é uma forma econômica e racional de se obter energia reativa necessária para a operação dos equipamentos. Com os capacitores funcionando como fontes de reativo, a circulação dessa energia fica limitada aos pontos onde ela é efetivamente necessária. O que acaba reduzindo perdas, melhorando condições operacionais e liberando capacidade em transformadores e condutores para atendimento a novas cargas. Tanto nas instalações consumidoras como nos sistemas elétricos da concessionária.

Para fazer uso efetivo dessa solução, o banco de capacitores deve ser dimensionado de acordo com a carga ideal para o funcionamento de cada equipamento. Sua operação também precisa ser automatizada para alcançar alto nível de eficiência energética.

Redução no uso de energia reativa excedente

De acordo com a legislação vigente, tanto a energia reativa indutiva excedente como a energia reativa capacitiva excedente são medidas e faturadas. Portanto — além de evitar penalização pela má utilização de energia elétrica que impactam as finanças da empresa — adotar iniciativas para reduzir o uso de energia reativa evita a sobrecarga no sistema das empresas fornecedoras e concessionárias de energia elétrica, principalmente nos períodos de maior demanda.

O fator de potência deve ser controlado para permanecer no limite de 0,92 indutivo e 0,92 capacitivo. Para calcular o fator de potência é preciso medir a energia ativa e reativa durante o ciclo do faturamento. A energia reativa indutiva pode ser medida no período das 6 às 24 horas a intervalos de 1 hora. Já a energia reativa capacitiva pode ser medida no período de 0 às 6 horas, também em intervalos de 1 hora.

A redução do consumo de energia reativa no período indutivo (aquele no qual o consumidor só paga multa por consumir reativo) e no período capacitivo (aquele no qual o consumidor só paga por gerar indutivo), é umas das boas práticas indicadas para alcançar eficiência energética na operação do negócio.

Tecnologia para controle e monitoramento do consumo de energia em tempo real

A contratação de uma tecnologia que permita o controle e monitoramento do consumo de energia elétrica em tempo real, viabiliza o monitoramento remoto dos parâmetros de utilização de energia. O que torna possível a identificação de anomalias, ineficiências e oportunidades de economia em tempo integral e de forma automatizada.

Acompanhar em tempo real dados de consumo, demanda e fator de potência de suas unidades por meio de uma solução completa para medição e gestão de energia proporciona agilidade na detecção de anomalias e desvios, possibilitando rápidas ações corretivas. Além disso, permite identificar desperdícios ocultos para um consumo eficiente. Veja como escolher um software de gerenciamento de energia.

Adotar boas práticas de consumo racional de energia e monitoramento do fator de potência

Para corrigir o fator de potência e evitar cobrança adicional por parte da distribuidora, a empresa deve adotar boas práticas de consumo racional de energia e eficiência energética. Essa iniciativa gera inúmeros benefícios nas empresas como redução de custos, economia, eficiência operacional, maior rentabilidade e competitividade.

Ao implementar boas práticas para otimização do consumo de energia, como realizar o monitoramento do fator de potência, é possível eliminar desperdícios, perdas e agregar valor aos processos, produtos e serviços, fatores que proporcionam aumento da competitividade e rentabilidade do negócio a longo prazo. 

Confira algumas dicas de economia de energia para empresas. Aproveite para conhecer as soluções da Way2 destinada a grandes consumidores para melhorar a gestão de energia em tempo real e otimizar os resultados da empresa.

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Mercado Livre de Energia ou Geração Distribuída: qual a melhor alternativa?
o que é mercado livre de energia

Antes de decidir migrar para Geração Distribuída ou Mercado Livre de energia, é preciso avaliar qual a alternativa ideal. Neste contexto, é preciso levar em consideração o perfil de demanda e padrões de consumo da empresa. Além disso, é importante se atentar ao cumprimento das exigências no processo de migração para o modelo escolhido.

Confira neste artigo o que é o Mercado Livre de Energia e a Geração Distribuída. E entenda qual a opção mais indicada ao seu modelo de negócio.

O que é Mercado Livre de Energia?

Mercado Livre de Energia é um ambiente de negócios em se que opera a comercialização de energia. Separadamente daquele praticado pelas distribuidoras – em que a operação ocorre no Ambiente de Contratação Regulado.

Nesse ambiente, as operações são reguladas por acordos firmados diretamente entre o consumidor e o fornecedor do serviço. Podendo ser um gerador e/ou comercializador de energia. Esse modelo é mais indicado aos grandes consumidores do Grupo A, como shoppings, supermercados e hotéis, além de indústrias de pequeno e médio porte.

Isso porque, a empresa pode negociar livremente todas as condições comerciais, como por exemplo:

Como funciona a GD?

Já a Geração Distribuída é um novo modelo de produção de energia elétrica. Ela é gerada pelo agente no local do consumo ou próximo de onde a energia será consumida. É um meio de produção de energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes de energia renováveis, como placas solares, por exemplo, ou cogeração qualificada.

Ao contrário da última, esta produção se dá no Ambiente de Contratação Regulada. Onde as unidades se conectam à rede da distribuidora, que será a responsável por emitir desde os pareceres de acesso (permitindo que a Usina entre em operação), até os documentos de faturamento (que irão informar os créditos gerados pela usina).

Esse modelo de produção de energia elétrica se tornou viável no Brasil a partir da publicação da Resolução Normativa nº 482/2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Depois foi revisada na Resolução Normativa nº 687/2015, que propõe estímulos à Geração Distribuída pelos potenciais benefícios que tal modalidade pode proporcionar ao sistema elétrico. E, por fim, regulamentada pelo Marco Legal de Geração Distribuída.

Ao optar pela migração para Geração Distribuída, o consumidor brasileiro passa a gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis. Ou com a cogeração qualificada e, inclusive, fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade.

Além de produzir no local, o consumidor também pode optar pelo autoconsumo remoto, que é a possibilidade de o consumidor produzir energia em um imóvel e consumir os créditos em outro. Desde que a mesma concessionária atenda a ambos.

Ele pode seguir com o modelo de geração compartilhada, em que a unidade consumidora onde está instalado o sistema de geração distribuída compartilha parte dos créditos com outros consumidores, podendo ainda determinar o percentual de energia que deverá ser destinado a cada unidade.

O consumidor também pode arrendar parte de uma usina, que está longe da sua casa ou empresa. Usando a geração dela para abater do seu consumo. O valor mensal do aluguel somado à conta de energia acaba sendo menor do que o valor da conta original.

Migrar para o Mercado Livre de Energia

É importante se atentar às exigências impostas pela agência reguladora e órgãos fiscalizadores no processo de migração para o Mercado Livre de Energia. Bem como avaliar os pré-requisitos para realizar a migração. Interessados em migrar para o Mercado Livre para obter economia com os custos de energia, devem cumprir algumas etapas para avaliar se estão elegíveis para a migração. Podem solicitar a migração ao Ambiente de Contratação Livre (ACL) os clientes Especiais e Potencialmente Livres que tenham contratos de demanda contratada mínima de 500kW.

Para migrar para o Mercado Livre de Energia, é necessário realizar os seguintes procedimentos:

E para fazer parte da Geração Distribuída?

Optar pela utilização de um sistema de Geração Distribuída requer investimento na instalação de micro ou minigeração distribuída – a ANEEL não estabelece o custo dos geradores e tampouco eventuais condições de financiamento.

Portanto, o consumidor deve analisar a relação custo/benefício para instalação de um sistema de geração, com base em diversas variáveis:

É importante ressaltar que, para unidades consumidoras conectadas em baixa tensão (Grupo B), ainda que a energia injetada na rede seja superior ao consumo, será devido o pagamento referente ao custo de disponibilidade – valor em reais equivalente a 30 kWh (monofásico), 50 kWh (bifásico) ou 100 kWh (trifásico).

Já para os consumidores conectados em alta tensão (Grupo A), a parcela de energia da fatura poderá ser abatida (caso a quantidade de energia injetada ao longo do mês seja maior ou igual à quantidade de energia consumida), sendo que a parcela da fatura correspondente à demanda contratada será faturada normalmente.

Para efetuar o processo de migração para o modelo de geração de energia escolhido, é recomendável a contratação de uma empresa de consultoria especializada para realizar todas as etapas necessárias à migração.

Vantagens de cada modelo

Saiba quais são as principais vantagens de migrar para o Mercado Livre de Energia ou Geração Distribuída de Energia.

Mercado Livre de Energia

A adesão ao Mercado Livre de Energia traz diversos benefícios. O principal deles é a redução de custos, já que a energia é adquirida diretamente do fornecedor, fazendo com que o preço seja mais atrativo.

O consumidor pode negociar melhores preços e taxas com cada fornecedor e, assim, reduzir consideravelmente seus custos com energia elétrica.

A concorrência entre geradores e comercializadores pelo atendimento aos consumidores torna o Mercado Livre de mais competitivo. Aumentando a eficiência e reduzindo os preços da energia.

As condições de contratação de energia são negociadas livremente entre o agente vendedor (comercializadora ou gerador) e comprador (consumidor livre/especial). Os preços, prazos de suprimento, quantidade, fonte de geração, forma de reajuste, sazonalização, flexibilização e modulação podem ser negociados entre as partes envolvidas e formalizadas em um contrato. 

Com o contrato firmado, o consumidor passa a ter um maior controle sobre seu gasto com energia elétrica. Uma vez que o valor pago por cada MWh de energia elétrica consumido é definido em contrato de prazo definido.

como migrar para o mercado livre de energia

Geração Distribuída de Energia

Já a Geração Distribuída traz inúmeros benefícios para o setor elétrico e para a sociedade. Além de reduzir a necessidade de linhas de transmissão e a sobrecarga do sistema elétrico, também ameniza impactos ambientais e fortalece as fontes de energia renováveis, diversificando a matriz energética.

O Brasil tem uma das tarifas de energia mais caras do mundo. Por conta disso, implementar a Geração Distribuída tem sido alternativa adotada para abatimento no valor da fatura de energia elétrica.

Quando a quantidade de energia gerada em determinado mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos, com validade de 60 meses para abater valores da conta de luz da unidade em que está localizada a central geradora ou de outras unidades remotas, desde que pertençam ao mesmo usuário e sejam atendidas pela mesma concessionária de distribuição de energia.

A Geração Distribuída contribui para reduzir as perdas na distribuição e na transmissão de energia, uma vez que a maior parte da energia gerada é consumida no mesmo local. Isso aumenta a eficiência da geração de energia e evita desperdícios.

A Geração Distribuída promove a redução de impactos ambientais na produção e consumo de energia pelo fato de estimular a geração de energia a partir de fontes renováveis, substituindo a geração de energia a partir de combustíveis fósseis, como é o caso das usinas movidas a carvão ou gás natural.

Agora que você já conhece as principais vantagens do Mercado Livre de Energia e Geração Distribuída, aproveite para conferir outras dicas de economia de energia e redução de consumo que podem ajudar na operação de sua empresa.

geração distribuída de energia